terça-feira, 26 de maio de 2009

A paisagem indesejada - ou a mea culpa

Estava o arquiteto a fotografar, veio uma pessoa a lhe atrapalhar...A pessoa na escada, a escada no foco, o dedo no disparador e o arquiteto a chorar...
Não tiramos fotos com gente! E por mais que acessemos todos os argumentos possíveis para justificar esse nosso vício, ele diz muito a respeito de nosso horror profissional às pessoas. Somos treinados assim em nossas escolas de arquitetura e nos acostumamos a isso ao folhear as revistas límpidas que parecem mais registros de espaços pós-apocalípticos que qualquer outra coisa.
Nossa formação destorce a relação necessária com o ser humano e nos transforma em produtores de espaços para o nada, ou melhor, para o olhar distanciado e, de preferência, especializado. Desconsideramos aqueles que constróem nossas obras, que as habitam e lhes dão mais que vida, lhes dão sentido e lhes transformam...Quanto horror temos à transformação, quanto apego às idéias, aos modelos. E, só para problematizar mais um pouco a situação, chamamos os usuários de nossas obras de: clientes...Quanta distorção. Não é à toa que a arquitetura vai de mal a pior, e nossas cidades juntamente se transformam em espaços de dissocialibilidade. Como somos responsáveis por isso tudo...
Enquanto tirarmos fotos sem pessoas, continuaremos a escrever enciclopédias e nunca alcançaremos a poesia. E, nesse cenário todo, e em nome da contradição necessária, olhemos o trabalho de Gabriele Basilico, que sabe como ninguém fotografar a cidade vazia...E creio que muitos encaram sua obra como elogio ao nosso trabalho...Quanta petulância.

Para quem não conhece:






terça-feira, 5 de maio de 2009

Errata

Foi um atraso que me fez pensar que o texto não seria publicado. Uma semana e pouco depois do previsto, recebi o aviso me dizendo o contrário. Está lá, como um complemento a um outro texto sobre o mesmo assunto dos muros, que recomendo a leitura.

Segue o link para o texto principal: